a vida depois do europeu

começou assim... devagar... atormentada... à procura do fim de um luto...
"a modos que intelectual", e por isso, pela primeira vez tive uma sala que, ainda que já se soubesse íntima graças aos seus quinze lugares, foi só minha.

Uma antítese da fan zone e do europeu...

Relativamente ao europeu: torcerei por uma final entre a Rússia e a Turquia (tenho até um desejo secreto que os turcos, na meia final, marquem um golo no último minuto... no seguimento de uma bola parada, em que um dos atacantes da um empurrãozinho no Ballack)... sinais de uma europa que se quer cada vez com mais gente.

hoje foi o primeiro dia sem doces no laboratório desde o princípio deste europeu... sinais de muito mestiçagem.
Para compensar teremos ao final da tarde (7 horas) um barbecue luso-alemão algures no meio do circulo vermelho seguido de uma ida para a fanzone no parque de estacionamento logo ali ao lado.Sois livres de aparecer!

na quarta feira foi dia de ir a Geneve apoiar a selecção (beber umas cervejas, comer umas bifanas e por ai fora). O jogo foi bem intenso, a constante obrigação de apoiar a nossa selecção fez com que me esquecesse de telefonar para vos fazer sentir o som por vezes ensurdecedor do estádio... seriam metade portugueses metade checos, os checos do lado de lá os portugueses do lado de cá, alternadamente a gritarem à desgarrada... sempre que os gritos de uns se faziam ouvir por 15 20 segundos vinham os outros tentar mostrar que o conseguiam fazer mais alto...

nota bem pequenina porque não quero destabilizar a selecção de todos nós: durante o aquecimento perguntei-me umas quantas vezes se não poderia entrar o nosso treinador de guarda redes para o lugar do Ricardo

ontem foi dia de ir apoiar a outra selecção a Berna. Dizem que a cidade está cheia de apoiantes holandeses... não é mentira, mas mais impressionante do que os cinquenta mil de holandeses que criaram uma mega queima das fitas cor de laranja... foram os muitos suíços que depois de um dia de nojo, tinham já decidido qual a selecção a apoiar... o comboio que nos levou a berna estava cheio de t-shirts laranjas a falar françês e até alguns polícias tinham tomado partido...

potenciando a inveja...

daqui a três dias estarei em portugal a saborear um bom repasto e celebrar um muito feliz casamento (o terceiro, formalmente quase impossível, luso-neerlandês do ano), enquanto uns outros correm atrás de uma bola na Suíça e muitos outros se agarram ao televisor... o sofrimento será grande, mas daqui a uma semana, lá estarei, ao vivo e a cores!

A perna esquerda tem alguma dificuldade em esticar, mas os 180km foram inesquecíveis e a minha vontade é começar a treinar para o próximo ano.
Os Spycicles (eu, o Ralf e o Tobias), chegaram juntos ao final, foram todos generosos, todos puxaram pelo grupo quando tinham forças, todos puxaram menos quando um estava em maiores dificuldades, todos esperaram quando o parafuso que segura o celim se partiu e o carro da assistência demorou a chegar, todos pararam para esperar que o Ralf fizesse mais um serviçinho à beira da estrada e todos chegaram ao fim depois de 6h46m36s, sendo que, segundo todos os speedometers, o tempo efectivo de ciclismo tenha sido de 5h48 a uma média de 31km/h.